Diversos autores já falaram sobre a importância do aluno ser participativo em sala de aula.
No início do século XX a Escola Nova marcou um movimento de renovação da escola na América, Europa e particularmente no Brasil, com o Manifesto dos Pioneiros, liderado por Anísio Teixeira e Lourenço Filho, já denotavam de forma notável a necessidade de mudança no ensino.
Neste momento, ganham relevância os principais estudiosos que pesquisam sobre o desenvolvimento humano, a relação da criança com a aprendizagem, aspectos cognitivos aos sociais, passando pela afetividade e novas técnicas de ensino.
Maria Montessori, por exemplo, parte de materiais e um ambiente repleto de recursos para que os alunos se desenvolvam a partir da exploração do que lhe é ofertado. A médica e pedagoga aborda o trabalho do concreto para chegar ao abstrato, afirmando que as crianças aprendem melhor pela experiência e, para tornar o processo de aprendizagem mais rico, desenvolveu materiais didáticos que são fortemente utilizados em todo o mundo, até hoje.
Célestin Freinet percebe que o interesse dos alunos está fora da sala de aula, e vislumbra um novo mundo de descobertas, com Aula-passeio, Rodas de Conversa, Livro da Vida, Jornal de Parede, Cantos Pedagógicos, as crianças participam de cada decisão, há escuta ativa. Considera-se a observação, experimentação, hipóteses e pesquisas na elaboração de significados para a construção do saber. Uma escola democrática, onde todos participam das decisões e, juntos, constroem a experiência de aprender.
Na Pedagogia Waldorf, todo o aprendizado se dá pelo fazer, isto é, passa pelas mãos, é construído na relação do aluno com o objeto, fomentando o desenvolvimento da autonomia, segundo o site http://institutorudolfsteiner.org.br, existem hoje 1.000 escolas Waldorf espalhadas pelo mundo e 2.000 jardins de infância, em mais de 60 países.
Não poderia, ainda, deixar de citar a proposta de Reggio Emilia quando se fala em aprender fazendo, experimentando e explorando. Loris Malaguzzi teve forte influência no olhar holístico da infância e da construção de significados para uma aprendizagem enriquecedora.
Mais recentemente, os estudos em neurociência aplicada à educação corroboram com o olhar de que a aprendizagem deve ser significativa para que seja mantida na memória de longo prazo da criança, aborda ainda a importância do fazer para o desenvolvimento das funções executivas, que abrange planejamento e análise.
Nessa perspectiva, as neurociências nos mostram que a escola pode propiciar muito mais que o acúmulo de conteúdos, já desnecessário na era da informação, em que os estudantes têm acesso a todos os tipos de dados a um toque, na tela do celular ou até a um simples comando de voz.
Quando pensamos em Metodologias Ativas precisamos pensar no desenvolvimento integral das crianças e jovens. O foco está no aluno, na aprendizagem e não no ensino, até porque, a proposta traz autonomia e autogestão, pensamento crítico, desenvolvimento de habilidades e competências, apresentando os conteúdos como caminho para a busca de soluções.
As abordagens em Metodologias Ativas vão além de técnicas para a sala de aula, mas trazem uma nova concepção de ensino e aprendizagem, desconstrói o modelo em que, por séculos, a escola se mantém.
É um novo olhar sobre o aluno contemporâneo, que possui suas especificidades e não aceita mais um modelo estático, em que não pode contribuir, isso não faz mais sentido.
A geração alpha (crianças nascidas a partir de 2010) nos desafia diariamente a repensar nossas práticas e encontrar novos caminhos para a prática docente.
Minha pergunta para você é: A escola está ensinando o que aluno quer – e precisa – aprender?
Em uma rápida análise, conseguimos perceber que o mundo mudou e que o que ensinávamos antes já não atende mais o aluno de hoje.
Temos referências de como fazer uma nova escola, as diretrizes nacionais exigem um novo posicionamento dos educadores e uma nova relação dos alunos com a aprendizagem.
Neste momento, é preciso sair da zona de conforto, repensar práticas, considerar o aluno que adentra na escola, reorganizar as rotinas e propostas pedagógicas.
Olhe para hoje, olhe para seu aluno, pense em como será o mundo quando ele for adulto e responda para si mesmo: Eu estou considerando suas necessidades e potencialidades? Eu estou contribuindo para o futuro deste aluno? Estou promovendo o desenvolvimento de tudo o que ele irá precisar para alcançar seus objetivos profissionais, pessoais, sociais, etc?
Desafie-se e encontre novos propósitos para sua trajetória profissional, é possível, é necessário, vamos juntos?!